10-08-2012 Apoios ao empreendedor são de difícil acesso
Os apoios financeiros aos empreendedores existem, porém, tanto a nível das entidadess privadas, capital de risco e "business angels", como entidades públicas, não são fáceis de conseguir. Esta é a conclusão do seminário sobre "Empreendedorismo: Apoios e Casos de Sucesso", realizado pela Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS). Enquanto sistema de apoio, apenas o inovador "crowd funding", um sistema de financiamento coletivo, pareceu desinquietar positivamente a plateia e gerar entusiasmo.
Os casos de sucesso dos empreendedores portugueses das empresas Science4 You, Biodroid, Myguide, Inocrowd e Waydips estiveram em foco durante a primeira sessão de trabalhos do seminário da AERLIS sobre "Empreendedorismo: Apoios e Casos de Sucesso", deixando no ar a imagem de um país em que é possível vencer no setor empresarial.
No entanto, no que concerne aos apoios financeiros à constituição de empresa ou concretização de projetos, o tema em foco, na segunda sessão, ficou provado que os apoios existem em Portugal, mas que o acesso aos mesmos não é fácil.
André Março, diretor da Participadas e Instrumentos Financeiros (DPIF), do IAPMEI, falou das soluções de mercado disponibilizadas pelos operadores de mercado com forte alavancagem em recursos públicos, a saber: o Crédito com GM [Garantia Mútua) Capital de Risco, Fundos Específicos, Seguros de Crédito e Incentivos. Durante toda a intervenção deixou claro que "é essencial ao empreendedor ter capital próprio, porque o financiamento por parte da banca é muito difícil", sendo certo que "o IAPMEI sabe, e é público, quais os bancos que estão a conceder crédito", frisando que "todos os bancos querem financiar os projetos com sucesso garantido".
No entanto, André Março, fala ainda da atitude de sensibilização junto da banca por parte do IAPMEI para a situação atual do país, fazendo sempre a ressalva de que "o financiamento é a componente mais difícil do projeto" e acentuando o facto de que "o banco pode não emprestar, apesar da garantia do risco".
O "crowd funding"
A fechar o seminário, surgiu a apresentação um sistema inovador, já existente a nível internacional e que dá passos consistentes em Portugal: o "crowd funding", investimento coletivo, em que, com pequenos investimentos, por parte de uma grande comunidade, asseguram o financiamento do projeto. Existindo um projeto que tem clientes dispostos a investir numa fase embrionária, havendo compromissos assumidos por parte do empreendedor, como por exemplo a data da concretização do projeto, a viabilidade do mesmo está garantida. Paulo Silva Pereira, CEO e Co-Founder da PPL-COM.PT, gerou entusiasmo na plateia do seminário perguntar quem seria comprador do relógio com ligação ao i-phone e android que conquistou alguns potenciais investidores e revelou vários casos de sucesso em Portugal: Juju, Bet 24hrs e Livros de Ontem. Em nove meses de operação, PPL.COM.PT conseguiu 14 projetos, uma taxa de sucesso de 45%, mais de 2000 utilizadores, uma média de 52 euros por transação e angariou 42 mil euros, 800 investidores e mais de 2500 seguidores.
O apoio aos empreendedores através de "business angels" foram apresentados por Ricardo Luz, presidente da Invicta Angels e vice-presidente da Federação Nacional das Associações de Business Angels (FNABA).
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Dora Troncão-agenda@vidaeconomica.pt |
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