10-08-2012 Novas tendências vão afetar indústria, serviços, profissões e empresas, vaticina Michael Saylor, CEO da MicroStrategy Inteligência móvel vai transformar o mundo
O Business Intelligence já é móvel. Mas vai ser muito mais. E as novas tendências vão afetar não só a indústria e os serviços, mas as profissões e as empresas, disse Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, na abertura do evento anual da empresa, realizado em Amesterdão. Senão vejamos: hoje, os utilizadores usam os seus smtarphones durante 12 minutos por dia para realizar chamadas de voz, mas passam qualquer coisa como 77 minutos a usar as aplicações, destronando o tempo que antes utilizavam no envio das sms. Números absolutamente impressionantes e com um potencial de negócio no mínimo convidativo.
Uma nova era transformacional. É isto que estamos a viver, disse Michael Saylor, o CEO da MicroSrategy, na abertura do evento anual da empresa, realizado em Amesterdão, na Holanda, onde marcaram presença mais de mil participantes de 42 países.
Com o seu estilo eloquente, o fundador de uma das maiores empresas de Business Intelligence apresentou também o seu mais recente livro, chamado "Mobile Wave" [Onda Móvel], uma temática que ganha cada vez mais relevância, sobretudo se atentarmos aos números. Até 2015, deverá haver no mercado qualquer coisa como cinco mil milhões de smartphones e, até 2022, cinco mil milhões de tablets. Números absolutamente impressionantes e com um potencial de negócio, no mínimo, convidativo.
Michael Saylor foi bastante ilustrativo no seu discurso, todo à volta desta nova maravilha chamada mobilidade e no impacto que tem e continuará a ter na indústria, nos serviços, nas profissões e nas empresas. Hoje, os utilizadores usam os seus smtarphones durante 12 minutos por dia para fazer chamadas, mas passam 77 minutos a usar as aplicações, destronando o tempo que antes utilizavam no envio das sms.
Os negócios vão, por isso, reinventar-se. Ou inventar-se. A Google não estava sequer no negócios dos mapas e atualmente tem "apenas" 150 milhões de utilizadores do Google Maps.
Mesmo o conhecimento é agora distribuído de forma diferente. O papel começa a ser substituído por ficheiros, acompanhando a tendência que se tem sentido na redução da publicidade e receitas de subscrição no material impresso. Cerca de "2,2 milhões de livros são impressos todos os anos. Como é que é possível distribuir isto tudo? É humanamente impossível distribuir o conhecimento que hoje produzimos pelas vias normais", adiantou Michael Saylor.
Só a questão de onde os armazenar faz pensar numa logística elaboradíssima. As bibliotecas acabam por cumprir essa função mas as 103 mil bibliotecas nos Estados Unidos custam 22 mil milhões de dólares - custos elevados face à possibilidade de ler em tablets, argumenta.
Mas há ainda uma imensidão de caminho a explorar na mobilidade. E os exemplos dados pelo CEO foram muitos. Porque não os smartphones terem uma aplicação que sirva de chave do carro? "Sim, mas que não seja apenas o abrir as portas, como já existe na Mercedes Benz, mas que efetivamente ligue o carro. E porque não um software que diga que o seu filho apenas pode pegar no carro de dia ou que apenas possa ir de casa à faculdade. Ou uma chave de casa com um software que faça a gestão dos acessos. Que controle que determinada pessoa só pode aceder a minha casa quando eu não estiver. Ou apenas quando eu estiver, o que seja!"
Basicamente, o grande conselho deixado por Saylor é que as as empresas devem reimaginar os seus produtos e serviços, à luz do software móvel, estabelecer uma relação móvel com os seus clientes e desenvolver aplicações móveis para agilizarem as suas operações de negócio. Tão simples quanto isto.
BI Express na nuvem
Entre os seus novos produtos - nomeadamente a versão 9.3 da sua plataforma - foi anunciado, em Amsterdão, uma versão Express de BI na nuvem. A edição, em versão beta, é uma "extensão" da denominada Personal MicroStrategy Cloud, que está disponível gratuitamente, mas não oferece tantos recursos como a versão Platform.
A versão Personal é voltada para usuários finais, que podem enviar informações para a nuvem da MicroStrategy e, em seguida, visualizar e analisar os dados. Os relatórios podem ser partilhados por meio de posts de blog ou mídia social.
A nova versão Express, que será por subscrição, tem ainda a capacidade de criar, programar e entregar relatórios customizados para qualquer quantidade de utilizadores, com base nos seus privilégios ou papel desempenhado na empresa. Além disso, a Express permite que os utilizadores partilhem conteúdo a partir de um aplicativo no iPad.
A MicroStrategy hospeda a plataforma de BI na nuvem, mas também dá aos clientes a opção de manterem os dados dentro de casa, no modelo on premise.
Apple, Apple, Apple e novos lançamentos
Não, não é um erro. É mesmo "Apple, Apple, Apple". Se na abertura do evento foi patente o quanto Saylor prefere a marca potenciada por Steve Jobs, na conferência de imprensa, na mesma tarde, essa tendência ainda ficou mais marcada. Aliás, a meio do encontro com os jornalistas, mais parecia uma conferência da famosa marca da maçã do que propriamente da Microstrategy, tais eram os rasgados elogios tecidos pelo CEO aos seus congéneres norte-americanos. Aliás, as questões dos jornalistas acabaram por ser mais focadas na Apple do que propriamente nos novos lançamentos da empresa de BI.
Quando questionado sobre porque ofereceu o seu livro aos jornalistas materializado em papel, quando ainda umas horas antes tinha anunciado que os livros tradicionais já não fazem sentido, Saylor usou alguma ironia. "Bem, eu não tenho uma reposta clara para essa pergunta. Mas a verdade é que não sei como vos iria oferecer um ebook. Ainda não descobri bem como é que isso vai acontecer... Para além de que assinar um ebook fica um pouco complicado. Ou seja, não deixa de ser irónico e divertido que eu tenha entregue em papel".
em Amsterdão
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SUSANA MARVÃO s.marvao@vidaeconomica.pt |
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