17-10-2012 Destaca o boletim Mercados Financeiros do BPI Ouro ensaia nova tendência de subida
O preço do ouro volta a mostrar uma tendência ascendente. A evolução do preço, perto dos 1700 dólares/onça troy, "reflete a liquidez que os bancos estatais estão a lançar nos mercados e o aumento de operações de caráter mais especulativo".
Segundo o último boletim mensal Mercados Financeiros do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, a que a "Vida Económica" teve acesso, "o ouro permanece como ativo de refúgio, quando a incerteza ainda é fator de mercado, embora a persistência dos preços esteja a limitar a procura".
Assim, "após a perda e tendência de queda ao longo dos últimos meses, o preço do ouro ensaia nova tendência de alta, aproximando-se dos patamares altos", "apesar de o principal comprador, a Índia, estar a consumir menos", destaca o documento.
Em termos gerais, destaca o estudo, "verifica-se um movimento de alta dos preços das matérias-primas". Este, assinala, "tem características mais de especulação e de antecipação do que resultantes de pressões vindas de desequilíbrios efetivos existentes no mercado".
Na verdade, prossegue, "a maioria dos preços mostrava tendências de queda acentuada, registando níveis mínimos, o que deu margem para ocorrerem normais movimentos de correção". Por outro lado, o facto de "os preços terem caído consideravelmente permitiu o surgimento de oportunidades de compra baratas. A alta liquidez e a tentativa de muitos investidores quererem acertar na antecipação de uma inversão de ciclo, agora com sentido ascendente, contribuíram para esta evolução", resume.
Expetativas suportam petróleo
No mercado do petróleo, a atual subida de preços é sustentada "pela atuação das autoridades políticas e monetárias na defesa de um crescimento sustentado", o que tem "gerado expetativas mais positivas quanto à evolução futura", pese embora "o abrandamento económico atual".
Com efeito, aponta o documento, a Agência Internacional de Energia "continua a acreditar numa procura constante e crescente de crude": 89,1 milhões de barris/dia no 1º T; 88,8 mb/d no 2º T; 90,2 mb/d no 3º T e 4º T 90,5 mb/d. No total de 2012, a procura deverá ser de 89,6 mb/d, que compara com os 88,8 mb/d de 2011. Por seu turno, a oferta de crude deverá manter-se entre 90 e 91 mb/d.
A formação do preço continua a ser sensível às questões geopolíticas, desde logo a situação da Síria e a questão iraniana, assinala o BPI. O preço do Brent poderá variar entre 112 e 118 dólares o barril, numa perspetiva de curto prazo; e o WTI entre 93 e 98 dólares/barril.
No gás, "o preço tem vindo a recuperar ao longo dos últimos meses", depois do registo de mínimos em abril de 2012. Esse dinamismo trouxe o preço do milhão de Btu (unidade de energia) para valores acima dos três dólares. Recentemente, "verificou-se uma correção à subida, uma vez que as temperaturas amenas fazem recear um menor consumo".
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Marc Barros marcbarros@vidaeconomica.pt |
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