10-11-2012 Portugal apresentado como caso de sucesso nas renováveis
"Mostrar à Europa o que de melhor se faz em Portugal" e que o nosso país é hoje "um caso de sucesso na área da energia" foi o grande objetivo da Press Tour Internacional da Siemens "One answer is not enough: The Power Matrix", iniciativa que reuniu, recentemente, no Palácio do Freixo, no Porto, um conjunto de especialistas do setor da energia para debater a sua visão da matriz energética do futuro
"Há um sistema de energia limpa, renovável, sustentável e economicamente eficiente que está já a ser implementado em Portugal em várias áreas estratégicas para a autonomia energética do país", explicou João Silva Marques.
Em declarações à "Vida Económica", o diretor da área de Energia da Siemens Portugal começou por assegurar que "as energias renováveis serão o futuro e um pilar fundamental ao desenvolvimento da nossa sociedade, seja do ponto de vista da contribuição para uma melhor gestão ambiental ou redução económica eficiente das nossas capacidades".
Todavia, acrescentou, estas "têm de ser complementadas por outras fontes de produção de energia que permitam o equilíbrio profissional do sistema. Hoje temos água, vento e sol. Como tal, posso evitar queimar combustíveis fosseis e utilizar esta fonte de energia que é nossa. Amanhã, não há água ou vento e então temos as centrais combinadas, as centrais a carvão ou biomassa que permitem continuar a assegurar o fornecimento eficiente e economicamente atraente de energia".
"Faz sentido rever as políticas"
Questionado se o sistema poderia ainda ser mais eficiente e económico ou se seria importante reavaliar a política energética nacional, João Silva Marques admitiu "que existem outras opções" mais económicas, mas lembrou que, "enquanto país, decidimos a dada altura que queríamos uma aposta nas renováveis, que queríamos ter qualidade no fornecimento de energia e fiabilidade nesse fornecimento"
Ainda assim, o diretor da área de Energia da Siemens Portugal lembrou que "não deve haver dogmas" e que "é importante reavaliar as políticas adotadas". "Este foi o sistema desenhado em 2000 e o que temos agora em cima da mesa, o que está a operar em Portugal e, por isso, estando em 2012, "faz sentido rever as políticas, ver a sua adequação à realidade dos dias de hoje e se esta precisa de ajustes". "Não devemos esquecer que a realidade do país mudou muito e que, por via da situação financeira, poderemos ter que adiar algumas coisas que fariam sentido há dois anos atrás", exemplificou.
Desde de 2008 que o consumo de energia em Portugal "está a cair abruptamente" e isso "tem seguramente a ver com alguma eficiência energética que está a ser inserida no sistema. Energia e eletricidade serão algumas da áreas em que as pessoas procurarão poupar de uma forma forçada e não causada por racionalidade económica", rematou.
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FERNANDA SILVA TEIXEIRA-fernandateixeira@vidaeconomica.pt |
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