09-11-2012 Modalidade mantém-se, segundo especialistas, como opção vantajosa para empresas Crise chegou ao renting automóvel
A mobilidade dos colaboradores tem uma importância fulcral no orçamento das empresas e a crise obrigas os decisores a terem ainda mais cuidado com a rubrica frota automóvel. O aluguer operacional de viaturas (AOV) tem ganho, desde a década passada, uma importância acrescida, face à aquisição ou ao "leasing".
Os operadores do setor recordam que as vantagens desta opção de renovações de frota ficam ainda mais visíveis em cenários recessivos como o que a economia portuguesa vive, mas não negam que a crise também chegou ao renting.
De acordo com dados reunidos pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), de janeiro a setembro de 2012 registou-se uma queda na produção nova de cerca de 42,7%, em linha com a queda que se verifica no mercado automóvel. "É importante destacar que a frota gerida pelas empresas de renting (mais de 100 mil viaturas) regista uma diminuição, bastante inferior, na ordem dos 10%, o que significa que as empresas estão a prolongar os prazos dos contratos, continuando a confiar a gestão das suas frotas às empresas de renting", afirma, numa entrevista que publicamos neste dossier, o presidente da ALF, Beja Amaro.
ALD com serviços associados
O renting já não é um conceito desconhecido do público. Porém, ainda deixa muitas dúvidas. O aluguer operacional é, isso mesmo, um aluguer - e não um produto financeiro porque nos contratos não está prevista a passagem de propriedade ao cliente -, em que o locatário paga uma renda mensal durante o período de tempo entre um e cinco anos. Esta renda, paga numa única fatura, inclui as revisões, o seguro contra danos próprios e as reparações. No caso do cliente querer, o contrato pode mesmo contemplar a gestão dos pneus e, até, dos combustíveis. Trata-se portanto, de um ALD, ao qual são acrescentados múltiplos serviços.
As empresas que se dedicam à atividade utilizam todo o tipo de veículos, embora os pesados com mais de seis toneladas de peso bruto sejam raros, devido aos entraves colocados pela legislação em vigor. As vantagens do aluguer operacional são muitas, mas resumem-se numa expressão cada vez mais utilizada: "outsourcing". Um conceito que faz com que as empresas se dediquem à sua atividade principal a 100%, deixando a carga burocrática para especialistas e com vantagens económicas. Os preços das rendas conseguem tornar-se atrativos, porque as gestoras de frota têm um poder negocial para compra e manutenção que, regra geral, as empresas não possuem de forma isolada.
No que se refere ao balanço da empresa, há a vantagem dos veículos em questão não entrarem no balanço desta. No que se refere aos seguros, o aluguer operacional apresenta ainda o benefício de não se verificarem agravamentos. A natural concorrência na economia levou a que as empresas tomassem consciência das vantagens financeiras e físicas, bem como da simplificação da gestão de frota que o aluguer operacional oferece, pelo que começaram a utilizá-lo.
Como já foi referido, os primeiros clientes nacionais deste serviço foram as grandes empresas, que já conheciam os benefícios inerentes a uma gestão externa das frotas, com grande necessidade de veículos para realizar a sua atividade. Exemplo disto são os laboratórios farmacêuticos e as grandes empresas de distribuição.
Mais tarde, as PME, e mesmo os profissionais liberais, começaram a reconhecer vantagens neste tipo de aluguer e são estes mesmo os setores de maior potencial de crescimento, atualmente. Embora mais lentamente, também os particulares começam a "render-se" a este sistema, sobretudo os profissionais liberais. Segundo os operadores, apenas os particulares que não trocam de carro com uma cadência de três ou quatro anos não têm vantagens em recorrerem ao "renting"-
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Aquiles Pinto-aquilespinto@vidaeconomica.pt |
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