11-11-2012 Jorge Neto, candidato a bastonário da Ordem dos Advogados, defende Isenção e redução de quotas para jovens advogados durante cinco anos
Modernidade e aproximação aos cidadãos na defesa da justiça. Este é o projeto de Jorge Neto, candidato a bastonário da Ordem dos Advogados. Caso seja eleito irá apresentar "um plano integrado de apoio a jovens advogados até cinco anos de inscrição, que passará, designadamente, por um sistema de isenção e redução de quotas da OA".
Vida Económica - Que razões o motivam a candidatar-se a bastonário da Ordem dos Advogados?
Jorge Neto - Defender um projeto de cosmopolitismo e de modernidade para a Ordem dos Advogados, colocando-a no mapa do Séc. XXI e dotando-a dos instrumentos necessários para enfrentar os desafios exigentes dos tempos difíceis que vivemos. Esta é a minha grande motivação, que espero ver sufragada pelos advogados portugueses.
VE - Que apreciação faz relativamente ao desempenho da atual direção da OA e do seu bastonário, Marinho Pinto?
JN - A atual direção da OA e o seu Bastonário tiveram um papel relevante no aumento da visibilidade da Ordem, na defesa da cidadania e, em particular, na abordagem das questões relacionadas com os advogados com mais dificuldades de implantação, principalmente no que concerne à problemática do apoio judiciário.
Penso, contudo, que o discurso foi por vezes excessivo no tom e no conteúdo, o que gerou ineficácia e inconsequência nos resultados. E creio, também, que a crispação recorrente com outros órgãos da OA, com as magistraturas e com o poder político foram inconsequentes e deletérias da boa imagem da OA. Se for eleito Bastonário, como espero, serei mais cauto, mais cordato e, sobretudo, mais eficaz na minha ação, sempre em estreita articulação com os demais órgãos da Ordem e em colaboração com todos os operadores judiciários.
VE - Os jovens advogados, nomeadamente os estagiários, têm merecido a atenção que lhes é devida pela OA?
JN - Os jovens advogados precisam, a meu ver, de um reforço da atenção que lhes é dispensada e de medidas concretas que facilitem a sua inserção na advocacia. Por isso, defendo e aplicarei, quando for eleito Bastonário, um plano integrado de apoio a jovens advogados até cinco anos de inscrição, que passará, designadamente, por um sistema de isenção e redução de quotas da OA.
VE - Que se propõe fazer para alterar ou melhorar o estado atual da Ordem?
JN - Proponho um novo olhar sobre a advocacia, sobre a justiça e sobre a sociedade em que vivemos, dedicando a minha experiência e mundividência pessoais de mais de trinta anos de advocacia.
VE - Que modelo de gestão defende para a OA?
JN - A liderança da Ordem deve competir a um Bastonário com caráter, verticalidade e carisma profissionais, que possam ser uma mais-valia na afirmação da instituição junto do poder político, das magistraturas e da sociedade civil. Essa liderança deve ser compaginada com a descentralização do poder nos demais órgãos nacionais, regionais e locais da Ordem, na observância estrita das competências de cada um. Sou contra putativas direções colegiais que diluem a responsabilidade do Bastonário e menorizam a imagem, o impacto e a influência da instituição.
VE - De que forma a Ordem poderá contribuir para a resolução dos problemas do país?
JN - A Justiça assume hoje um papel central na vida do Estado. Como tal, a OA tem uma responsabilidade acrescida, devendo assumir-se como uma instituição forte, coesa e credível. Uma instituição que seja um porto de abrigo e de esperança dos cidadãos, em que pontifiquem os valores da liberdade, confiança e credibilidade.
VE - Que perfil entende dever ter o seu bastonário?
JN - O Bastonário terá de ser um advogado experiente, respeitado e prestigiado em todos os quadrantes. Terá de ser o garante do escrupuloso cumprimento dos deveres que estão cometidos à Ordem, nomeadamente da defesa dos direitos, garantias e liberdades dos cidadãos, na salvaguarda do Estado de Direito. Mas também o de fiscalizar e disciplinar exemplarmente os seus membros. Acima de tudo, terá de ser o Bastonário de todos os advogados.
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Virgílio Ferreira-virgilio@vidaeconomica.pt |
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