Falências dispararam 83% até junho Ricardo Salgado avisa que crescimento das insolvências é "problema sério" para bancos
O crescimento de 83% das insolvências das famílias e empresas portuguesa no primeiro semestre é grave para a banca nacional, de acordo com Ricardo Salgado.
"As famílias passam por dificuldades extremas, o desemprego continua elevado. É, de facto, um problema sério para a banca", afirmou, esta semana, o presidente do BES, para quem esta realidade vai obrigar os bancos a "procurar soluções" que atenuem as dificuldades que se perspetivam.
"Este não é o momento para os bancos apresentarem bons resultados, mas é o momento para os bancos reforçarem a sua situação financeira através do aprovisionamento e aumento de capital", referiu. Salgado salientou que os bancos estão a passar por um momento de consolidação da sua situação financeira, não lhes restando "grandes alternativas para actuar de outra maneira". Sobre o BES, indicou que conseguiu recapitalizar-se com os seus próprios meios, sem recorrer aos capitais do Estado, e "continua forte".
Famílias em falência ultrapassam as empresas
As falências de famílias e empresas dispararam 83%, entre janeiro e junho, face a igual período do ano passado. Cerca de dez mil empresas e famílias entraram em processo de insolvência, de acordo com o Instituto do Informador Comercial. Foi o maior crescimento dos últimos cinco anos.
Muito preocupante é também o facto de as falências das famílias já serem muito superiores às das empresas. Com efeito, o seu peso é de 65% nos números globais. As falências dos particulares duplicaram no período em análise, para mais de 6200 famílias.