29-08-2012 Resultados da hotelaria confirmam perspetivas negativas dos operadores
Os proveitos totais da hotelaria nacional registaram em junho uma quebra de 4,1%, cifrando-se nos 187,1 milhões de euros. Segundo o boletim do INE dedicado à atividade turística, o mesmo mês apresentou quebras de 2,2% nos proveitos de aposentos (129,6 milhões de euros) e 5,7% no RevPAR, ou rendimento médio por quarto (32 milhões). No conjunto do semestre, as variações negativas foram, respetivamente, de 3,4%, 2,9% e 5,6%, face ao período homólogo de 2011.
Estes dados parecem confirmar o inquérito desenvolvido pela AHP, referente às perspetivas dos operadores para o verão de 2012, no qual 65% dos inquiridos estima queda de preços.
O mesmo documento, a que a VE teve acesso, aponta outra conclusão principal: a estabilidade nos indicadores relativos à duração das estadas médias e taxa de ocupação por quarto. Com efeito, o boletim do INE aponta que, em junho, a estada média não sofreu variações face a 2011 e registou uma ligeira quebra na taxa de ocupação líquida (-1,1%).
Assim, segundo o mesmo estudo, os hoteleiros terão de baixar os preços para manterem uma taxa de ocupação e estadas médias idênticas às do ano de 2011. No que respeita ao preço médio, nota positiva para o Alentejo, onde 54% dos inquiridos esperava preços médios semelhantes aos praticados no verão passado.
A nível nacional, os mercados que se esperam que venham a ter as melhores performances são Portugal, Espanha, Reino Unido, Alemanha e França. Do lado oposto, China, Rússia, Polónia, Canadá e Japão serão os piores este verão.
Estes números surgem numa conjuntura em que se assiste ao progressivo aumento da oferta hoteleira em Portugal. Segundo o estudo setorial DBK sobre estabelecimentos hoteleiros da Informa D&B, "a capacidade hoteleira em Portugal tem crescido significativamente na última década".
O número de camas - incluindo hotéis, estalagens, apart-hotéis, motéis, pensões e pousadas - passou de 187.200 em 2002 para 231.400 em 2010, o que representa uma variação média anual de cerca de 3%. O número de estabelecimentos, pela sua parte, atingiu 1790 em 2011, face a 1645 em 2002. Marc Barros marcbarros@vidaeconomica.pt
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