O setor da construção perde cerca de 90 postos de trabalho por hora. E a situação está para durar, na ótica da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), já que não há sinais de inversão da má conjuntura económica e medidas de apoio que minorem os efeitos decorrentes deste cenário.
A mais recente análise de conjuntura da federação aponta novas quebras relativas à carteira de encomendas, às perspetivas de evolução do emprego e à confiança dos empresários do setor, as quais registaram variações negativas na ordem dos dois dígitos. "A péssima situação do setor nacional ao nível das obras em carteira é confirmada pela Comissão Europeia, que confirmou, em junho, o agravamento da tendência de redução deste indicador. O número de pessoas desempregadas oriundas desta indústria atingiu então um máximo - crescimento de quase 30% face a 2011 - sendo que o peso do emprego da construção no total do emprego caiu significativamente nos últimos 10 anos, de 12% para 8,3%", adianta aquela estrutura patronal.
A situação financeira das empresas, condicionada pelas dificuldades de financiamento, atrasos nos pagamentos e quebras nas vendas de imóveis, apresenta desde o início do ano uma "evolução preocupante", a que não é alheia a vaga de falências que tem afetado o setor da construção. Desde janeiro, cerca de 870 construtoras fecharam as portas. As restrições no crédito à habitação levaram a uma queda dramática de mais de 71% na procura, ficando-se em pouco mais de 800 milhões de euros.