Estados Unidos e China trocam acusações na Organização Mundial do Comércio
Os Estados Unidos e a China estão a agravar o tom dos discursos no que respeita ao comércio internacional. Há acusações mútuas de subvenções, dumping e medidas compensatórias para benefiar as suas indústrias nacionais, em prejuízo do comércio livre. A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem servido de palco, numa altura em que se aproximam as eleições nos Estados Unidos.
A China afirma que Washington coloca obstáculos de forma ilegal, através de medidas compensatórias e levantamento de barreiras a um vasto leque de produtos provenientes do gigante asiático. São apontados, em particular, produtos como o aço, o papel, os pneus, os produtos químicos, os eletrodomésticos e os geradores eólicos. No total são 62 bens e mercadorias que a China considera que estão a ser afetados por medidas anti-"dumping" e compensatórias. As medidas anti-"dumping" estão relacionadas com as taxas que agravam as importações de um produto, cujo preço de exportação é inferior ao "valor normal" - normalmente o preço do produto no mercado interno do país exportador - e é uma das principais estratégias de combate, por parte da OMC, para um comércio mais justo.
Quanto às medidas compensatórias, existe um acordo a que estão sujeitos os países daquela organização e que disciplina a utilização de subvenções e regulamenta as medidas que os países possam tomar para contrariar os efeitos das subvenções. Ora, nestas duas áreas tem havido sempre queixas mútuas dos Estados Unidos e da China. As coisas estão agora mais complicadas, em grande parte devido ao momento pré-eleitoral que se vive na América. O presidente Obama avançou com um procedimento, junto da OMC, contra as subvenção que serão atribuídas pelo Estado chinês.
Não são assuntos de fácil resolução. A título de exemplo, um país tem a possibilidade de iniciar a sua própria investigação e, numa fase posterior, aplicar direitos especiais (os tais "direitos compensatórios") às importações que são são subvencionadas. Numa perspetiva de que estas importações intervencionadas causam prejuízos aos produtores nacionais.