24-09-2012 Manuel Patuleia avisa Profissão de TOC está a ser fortemente afetada pelo encerramento de empresas
A situação profissional do técnico oficial de contas está cada vez mais complicada. A profissão vive momentos de grande ansiedade e preocupação, executa as tarefas, mas tem grandes dificuldades em cobrar os valores provenientes do trabalho que produz, lamenta Manuel Patuleia, presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade (APOTEC).
Os problemas têm-se agravado com as medidas tomadas no passado recente e com aquelas que estão anunciadas. Os TOC estão a ser fortemente afetados pela atual situação, como faz notar aquele dirigente associativo. "No que respeita à atual situação dos contabilistas, a mesma é muito inquietante face à posição das empresas. Umas entram em falência e outras estão profundamente limitadas na sua atuação por enfraquecimento profundo dos negócios ou por inexistência ou limitação de financiamento para a sua gestão. Também a demora dos recebimentos provenientes das transmissões de bens ou serviços concorre para a grande dificuldade nas tesourarias, atrasando o cumprimento das responsabilidades assumidas perante os funcionários, os prestadores de serviços e bens, financiadores e Estado."
Perante este cenário, Manuel Patuleia admite que a profissão atravessa um dos seus momentos mais difíceis de sempre. Mas não se trata apenas de questões financeiras, a realidade é que estes profissionais "sofrem constantes pressões e um desgaste de grande monta". O problema não é novo, só que agora se coloca com maior premência: "O TOC tem de estar permanentemente atualizado, face às constantes alterações legislativas, de forma a dar o correto andamento relativamente às exigências técnicas e aos prazos que lhe são impostos. Também no aconselhamento às empresas, os profissionais terão de dominar as mais interessantes práticas de gestão fiscal, económica e financeira."
Tendo em conta todas as contingências referidas, coloca-se a questão de saber se os profissionais continuarão a manter a capacidade de frequentarem as ações de formação, com o propósito de se atualizarem. Adianta que as restrições de ordem financeira concorrem sempre para a degradação das capacidades e das obrigações contraídas. Manuel Patuleia afirma: "A APOTEC aguarda que o país consiga, no mais curto espaço de tempo, retomar em todas as suas vertentes uma situação de equilíbrio, exigindo que as demoras e os atrasos sejam eliminados para uma sociedade que se quer mais justa, ética e responsável."
Considera ainda que muito se tem falado e pouco está a ser feito. A realidade e a prática é que têm de ser avaliadas. "As políticas adotadas são defendidas por uns e atacadas por outros. Mas uma coisa é certa, o remédio que tem sido aplicado de forma a respeitarmos os acordos estabelecidos tem sido violento, levando a um desemprego preocupante, ao encerramento de muitas empresas, ao colapso nos serviços públicos, ao êxodo sem precedentes de jovens talentos portugueses e a uma falta enorme de poder de compra, sobretudo para a classe média, o motor de todas as economias."
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